Um mini guia para conversas sinceras e necessárias

 

Talvez você já tenha passado por isso. O sexo tá rolando, mas o prazer... não. Ainda assim, você força um gemido, acelera a respiração e encena um orgasmo que não veio. Se esse roteiro te parece familiar, respira fundo, deusa. Você não está sozinha. E também não precisa continuar nesse lugar.

Segundo pesquisas, o “gap do orgasmo” — ou seja, a diferença entre quantas pessoas com vulva e quantas com pênis chegam ao clímax durante o sexo — ainda é enorme. Fingir prazer virou, pra muitas, uma forma de encerrar o ato ou proteger o ego do(a) parceiro(a). Mas, no fundo, quem se frustra é você.

Esse mini guia é um convite ao autoconhecimento e à coragem de ser honesta com o próprio corpo. Vamos juntas?

 

1. Comece com você: o prazer não é performance

Antes de conversar com o outro, a conversa precisa começar dentro. Que tipo de toque te excita de verdade? Em que ritmo, com qual intenção, em qual clima? Se o seu corpo tivesse voz (e ele tem!), o que ele pediria?

A psicologia positiva nos lembra da importância de cultivar experiências prazerosas no cotidiano — e isso inclui os momentos íntimos. Ao parar de fingir e começar a explorar o que te dá prazer de verdade, você deixa de ser espectadora da sua sexualidade e vira autora da sua história.

Dica prática: experimente escrever ou gravar um áudio contando como seria a transa ideal pra você. Depois, reflita: o que tem faltado no real?

 

2. Crie um clima de escuta com quem divide a cama

Sim, conversar sobre sexo pode ser desconfortável. Mas também pode ser libertador. A Comunicação Não-Violenta (CNV) ensina que a chave está em falar de forma empática, expressando seus sentimentos e necessidades sem culpa ou cobrança.

Ao invés de “você nunca me faz gozar”, tente: “Percebi que às vezes eu finjo prazer pra não te magoar, mas queria muito que a gente criasse juntos um espaço onde eu pudesse sentir de verdade.”

Você não está exigindo, está convidando. E pode se surpreender com a resposta.

 

3. O orgasmo é do corpo, não da expectativa

Parar de fingir é também soltar a ideia de que o sexo só é bom se acabar em orgasmo. O corpo precisa de presença, não de performance. Quando você se liberta da obrigação de “chegar lá”, abre espaço pra viver o agora — e, ironicamente, é aí que o prazer mais profundo floresce.

Praticar o autoconhecimento, comunicar com verdade e respeitar seus limites é um ato de amor. Fingir orgasmo pode ter sido um mecanismo de defesa no passado, mas hoje, você pode escolher a autenticidade.

O prazer verdadeiro começa na escuta do próprio corpo. E você merece sentir — de verdade.

 

 

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