R. era um colega de trabalho que eu adorava provocar.
Toda manhã trocávamos um abraço de bom dia, e, desde que descobri que ele era bom de massagem, virou rotina pedir pra estalar minhas costas ali mesmo no corredor perto da cozinha.
Ele era mais alto que eu, então, quando me abraçava, eu me sentia envolvida mesmo, sabe?
Eu achava o abraço dele muito gostoso e era uma coisa boba, mas que me deixava completamente relaxada. Comecei a contar as horas pra esse momento do dia, e, ele sempre me fazia a mesma pergunta:
— Nossa, como você tá tensa... Dormiu bem?
Um dia, o corredor estava mais vazio e, seguindo a rotina de bom dia, ele me abraçou, mas dessa vez demorou.
Passou de leve os dedos pelo meu pescoço, e senti um arrepio correr dali pro meu corpo todo enquanto estava envolta no seu abraço de urso, já esperando o prazer que o apertão me daria.
Entre nós, senti o pau dele duro. Era a primeira vez que sentia sua ereção, e isso me acendeu inteira.
Como ele ia se desvencilhar de mim assim? E se alguém aparecesse?
Fiquei completamente entorpecida com aquela situação, mas minha única reação foi de também pressionar meu corpo contra o dele.
Meu peito se arrepiou inteiro com a proximidade e o calor dos nossos corpos, a essa altura trêmulos com a admissão que acabávamos de fazer: a gente se queria.
Ele passou a mão por dentro dos meus cabelos, me segurou com força e disse:
— Acho que a gente pode continuar essa conversa depois, né? Você tá tensa... Dormiu mal de novo?
— Sim, mas posso dormir melhor... Quer ir lá em casa hoje?
No fim do corredor, o elevador abriu, e a gente tentou disfarçar:
— Bom dia, querido, bom trabalho pra você... Cuidado porque a previsão do tempo disse que vai chover mais tarde...
Texto de Loren Kaiza
Ficou tensa também? Talvez esteja na hora de uma massagem...